terça-feira, 29 de maio de 2012

Divisões do Distrito Federal e minha opinião

Ultimamente,encorajada pelo curso e por uma professora minha,tenho pensado muito sobre minha identidade,e tenho focado também no viés sócio-cultural dela.Apesar de ter me deparado com algumas dificuldades,por exemplo..se pensar em mineiro,todo mundo tem uma caricatura,um perfil de como é o mineiro...mas de brasiliense eu nunca vi nenhuma.Pensando nisso eu investiguei o que eu trazia da época que vivi em brasilia,o que da minha cidade natal eu trouxe pra minha identidade,modo de pensar o mundo,entre outras coisas.E comecei pesquisando sobre a 'cidade' que nasci e cresci,taguatinga.Daí surgiram os problemas...começando por como realmente chamar taguatinga e outras 'cidades-satélites'...me deparando com uma discussão que,ao que parece,existe faz anos.Li sobre todas as vinculações e formas de conceituar e nominar a novidade que é brasilia e tudo que diz respeito a ela e seu entorno.Li muita coisa,mas todas as denominações e diversas explicações sobre quais eram as novas e corretas nomenclaturas não me deixaram satisfeita,e então vim aqui,registrar meu pensamento da época que morava lá,e como aprendi a entender e significar todo aquele espaço,ignorando um pouco todo o estudo geopolítico e reconceitualização que os especialistas nomeiam,porém que não parece ter força entre todos os habitantes.Então....o que é brasilia para mim?ou mais especificamente,taguatinga.Por que quando penso na minha identidade,eu penso que sou de taguatinga,brasilia,até hoje,creio que com a mesma lógica que alguém pensa e responderia: "sou de são carlos,são paulo" e não,como se deveria,segundo ajustados conceitos,se alguém respondesse: "sou de perdizes[bairro],são paulo[cidade]"
Nas atuais discussões,as cidades-satélites - termo que atualmente se encontra classificado como incorreto por estudiosos por indicar forte dependência - são mais proximamente classificadas como espécies de bairros.Ou Regiões Administrativas,quando se considera,enfim,as proporções das ditas cujas satélites.Porém,para mim,como individuo que nasceu e cresceu dentro de uma dessas satélites,nenhum dos termos é satisfatório.E não estou dizendo isso questionando os conceitos estudados e determinados,mas sim encaixando minha identidade,minha vivência,minha significação.Obviamente,tratando de como eu mesma conceituo as coisas,que significados elas tem pra mim,como traduzi conceitos que me foram passados,principalmente de forma inconsciente,cultural.Bairro,pelo que hoje entendo,já que vivo atualmente numa cidade com divisões e agrupamentos e classificações mais padrões,é algo vinculado que participa,integra uma cidade,ele não tem tanta autonomia....principalmente em termos de identidade,quando se pensa,você pensa na sua identidade como citadino,não como...'bairrista' se é que este termo existe.E sobre as regiões administrativas,sempre as entendi como se explicam oficialmente,um conjunto de satélites forma determinada região.Portanto,por mais que abarque o tamanho das satélites no termo região administrativa,acaba se ignorando suas divisões e peculiaridades,dadas não tanto mais por questão territorial,mas sim por identidade.Taguatinguenses e ceilandenses não pensam em si mesmos todos como 'taguatinguenses' e sim,como pertencentes à taguatinga e ceilândia,respectivamente.
Já o termo cidade-satélite,cresci convivendo com ele,e sem a tal conotação negativa que muitos atribuem.Por mais que sua origem tenha gerado uma conotação negativa por um certo tempo,creio que ele foi tão reincorporado quanto o termo candango,que dizem,no começo tinha uma conotação bem negativa entre brasilienses.
Para mim cidade-satélite sempre expressou perfeitamente o lugar que eu me encontrava.Eu era taguatinguense-brasiliense.Tinha a praça do D.I para brincar com outras crianças,as quadras,as bancas,as padarias,e tudo mais que quisesse à minha disposição.E embora eu também atendesse,ou respondesse formalmente para pessoas de outros estados,que eu era de brasilia,brasiliense,eu me identificava muito mais com alguém de taguatinga do que do cruzeiro,por exemplo.E minha idéia de brasilia sempre foram plano piloto e em torno,algo um pouco diferente,embora com um traço comum,da minha identidade,dos meus costumes,etc.Em taguá,eu podia andar de bicicleta nas ruas e campinhos,eu fazia compras na comercial norte,e embora meu pai trabalhasse no plano piloto,e tivesse que 'viajar' até lá(sempre chamei isso de viagem,o que ajudou a fortalecer a minha idéia de lugares distantes,diferentes.) minha mãe trabalhava por ali mesmo,em taguá,de professora.Eu gostava qnd eles iam à braslandia na feira do morango....e traziam alguns.Haviam coisas em comum,a identidade do povo.Eu não sei se perto do plano piloto tinha,mas ali pela minha 'cidade' adorava comer pamonha,comer no giraffas,comer cuzcuz,e curau quando tinham barraquinhas de festa junina.As coisas só complicavam quando tinha que mandar cartas e coisas assim,pra decidir o que colocar em cada campo...brasilia como cidade,taguatinga como bairro[embora eu ficasse confusa com esse termo,pelo meu entendimento,a cidade deveria ser taguatinga,já que as quadras pareciam mais com bairros.Afinal,as ruas eram nomeadas por números....pensando-se que um bairro se divide por ruas e avenidas,nada mais lógico que pensar que uma QN,por exemplo QNG 30  se adequava mais à um bairro que taguatinga em si,que englobava muito,muito mais,como uma cidade mesmo.].Existe,em muitos dos cidadãos das satélites,um orgulho e uma identidade em comum,que os diferencia do que as pessoas de lá costumam pensar como brasilia.E esse sentido de identidade dificilmente passaria para a brasilia que se espera uma cidade só,uma vez que,cidadãos de satélites como taguatinga,no começo foram tratados com descaso,colocados com menos recursos que a 'capital',o plano piloto e demais regiões ricas.Isso fez com que cada conquista e crescimento por conta própria certamente gerasse esse sentido de identidade,de ter uma ligação,mas uma identidade própria,vinda com as conquistas obtidas de certo modo 'por conta própria',criando uma autonomia do governo principal em certos aspectos,e esse pensamento em comum de identidade,de fazer parte de algo que não se limita a ser um bairro,mas ganha força e jeitos próprios comuns à uma cidade.